domingo, 24 de setembro de 2017

         Paixões...Emoções

                   Paixões, emoções, há várias e diversas. Mas estas das quais vou falar referem-se ao futebol e no meu caso específico o GRÊMIO. Não vou falar da minha paixão pelo GRÊMIO. Vou falar da paixão e das emoções que mexem com as pessoas que amam este esporte.
                     A paixão é algo arrebatador, passional, o torcedor em geral briga, xinga, vaia, ovaciona, endeusa, idolatra, dependendo de como seu time, seus jogadores se portam em campo. Mas há torcedores(e entre eles me incluo) que amam apaixonadamente e de maneira incondicional, que consideram xingar, vaiar ou  brigar com seu clube uma heresia, um crime, um pecado. É verdade que às vezes surge algum dirigente que comete tanta besteira, age de maneira tão irresponsável ou alguns jogadores tão mercenários, sem garra, sem vontade que aí sim, dá uma raiva danada. Deles, jamais do Clube.
                        E cada partida é uma história diferente, algumas são verdadeiros banhos de bola, o time arrasa, tudo sai certinho, tudo funciona maravilhosamente bem e os gols acontecem ao natural, nosso rosto é um sorriso só, os olhos estrelas brilhando, a alma se expande e nos sentimos no Paraíso.
                          A derrota é uma coisa pavorosa, uma dor lancinante, uma tristeza que toma conta de todo nosso ser, de cada célula, de cada partícula , a alma fica pequenininha encolhidinha, o coração apertadinho, um nó na garganta, os olhos doendo e um desânimo de tudo; o desespero e o estado hipnótico e de pesadelo permanece algum tempo, até que se aproxima outra partida e recomeçamos tudo, como se fosse a primeira vez que fôssemos ver nosso  Clube jogar, e na verdade, não deixa de ser, porque a história de um jogo não se repete nunca.
                            Mas aquele jogo decisivo, quando as duas equipes são fortes, se equivalem(claro, os dois times são ótimos, mas o nosso é o melhor). Este jogo nos coloca à prova, testa nossos nervos, nosso equilíbrio, a tensão chega ao ponto máximo. Se  estamos perdendo há o desejo desesperado de conseguirmos virar e sairmos vitoriosos. Se  estamos vencendo é aquela tortura de controlar o tempo, ficar concentrada em cada lance, torcendo, secando, vibrando, levando susto.
                                Ai, meu Deus, por favor não deixa  ele chegar perto da área, para essa jogada aí. Chega junto, divide,  desarma,  faz logo esse lançamento, não erra o passe, passa logo essa bola, segura essa bola, chuta logo, daí mesmo, de qualquer lugar, mas chuta por favor.
                                      Os minutos passando, o goleiro fazendo milagres, defesas espetaculares e o nosso coração acelerado, os músculos retesados parecendo que vão  estourar, o rosto é uma máscara pesada, tensa e densa, a adrenalina anda a mil, o suor escorre, sentimos frio, sentimos calor, sentimos arrepios pelo corpo, os minutos são intermináveis. E esse juiz que não apita nunca o final desse jogo. Temos a impressão que nossas resistências chegaram ao fim, que mais um minuto  e vamos desmoronar.
                                        De repente o fim do jogo, a máscara se desfaz, as tensões aliviam, a alma e o coração parecem  criar  asas, ficam leves, voam; nosso corpo treme, lágrimas e risos se misturam, o grito trancado na garganta explode, a alegria é imensa, o Hino, a Bandeira, os risos, abraços, lágrimas, a loucura da comemoração aumenta a emoção e nos entregamos completamente, descontroladamente a esta felicidade. Estamos cansados, esgotados, desgastados e felizes, imensamente felizes. Foi difícil, foi sofrido, talvez por isso a vitória tenha sido mais gostosa, mais compensadora, Divina e total.