Paixões...Emoções
Paixões, emoções, há várias e
diversas. Mas estas das quais vou falar referem-se ao futebol e no meu caso
específico o GRÊMIO. Não vou falar da minha paixão pelo GRÊMIO. Vou falar da
paixão e das emoções que mexem com as pessoas que amam este esporte.
A paixão é algo arrebatador, passional, o
torcedor em geral briga, xinga, vaia, ovaciona, endeusa, idolatra, dependendo
de como seu time, seus jogadores se portam em campo. Mas há torcedores(e entre
eles me incluo) que amam apaixonadamente e de maneira incondicional, que
consideram xingar, vaiar ou brigar com
seu clube uma heresia, um crime, um pecado. É verdade que às vezes surge algum
dirigente que comete tanta besteira, age de maneira tão irresponsável ou alguns
jogadores tão mercenários, sem garra, sem vontade que aí sim, dá uma raiva
danada. Deles, jamais do Clube.
E cada partida é uma história diferente,
algumas são verdadeiros banhos de bola, o time arrasa, tudo sai certinho, tudo
funciona maravilhosamente bem e os gols acontecem ao natural, nosso rosto é um
sorriso só, os olhos estrelas brilhando, a alma se expande e nos sentimos no
Paraíso.
A derrota é uma coisa pavorosa, uma dor
lancinante, uma tristeza que toma conta de todo nosso ser, de cada célula, de
cada partícula , a alma fica pequenininha encolhidinha, o coração apertadinho,
um nó na garganta, os olhos doendo e um desânimo de tudo; o desespero e o
estado hipnótico e de pesadelo permanece algum tempo, até que se aproxima outra
partida e recomeçamos tudo, como se fosse a primeira vez que fôssemos ver nosso
Clube jogar, e na verdade, não deixa de
ser, porque a história de um jogo não se repete nunca.
Mas aquele jogo
decisivo, quando as duas equipes são fortes, se equivalem(claro, os dois times
são ótimos, mas o nosso é o melhor). Este jogo nos coloca à prova, testa nossos
nervos, nosso equilíbrio, a tensão chega ao ponto máximo. Se estamos perdendo há o desejo desesperado de
conseguirmos virar e sairmos vitoriosos. Se estamos vencendo é aquela tortura de controlar
o tempo, ficar concentrada em cada lance, torcendo, secando, vibrando, levando
susto.
Ai, meu Deus, por favor não deixa ele chegar perto da área, para essa jogada aí.
Chega junto, divide, desarma, faz logo esse lançamento, não erra o passe,
passa logo essa bola, segura essa bola, chuta logo, daí mesmo, de qualquer
lugar, mas chuta por favor.
Os minutos
passando, o goleiro fazendo milagres, defesas espetaculares e o nosso coração
acelerado, os músculos retesados parecendo que vão estourar, o rosto é uma máscara pesada, tensa e
densa, a adrenalina anda a mil, o suor escorre, sentimos frio, sentimos calor,
sentimos arrepios pelo corpo, os minutos são intermináveis. E esse juiz que não
apita nunca o final desse jogo. Temos a impressão que nossas resistências chegaram
ao fim, que mais um minuto e vamos
desmoronar.
De repente o fim do jogo, a máscara se
desfaz, as tensões aliviam, a alma e o coração parecem criar asas, ficam leves, voam; nosso corpo treme,
lágrimas e risos se misturam, o grito trancado na garganta explode, a alegria é
imensa, o Hino, a Bandeira, os risos, abraços, lágrimas, a loucura da
comemoração aumenta a emoção e nos entregamos completamente, descontroladamente
a esta felicidade. Estamos cansados, esgotados, desgastados e felizes,
imensamente felizes. Foi difícil, foi sofrido, talvez por isso a vitória tenha
sido mais gostosa, mais compensadora, Divina e total.
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