Rir é bom, oxigena a mente, libera as tensões, chorar...bem, chorar nos deixa um travo amargo na garganta, escurece o semblante.
Rir alegra o rosto, coloca um brilho no olhar, faz o sangue circular, Chorar. Chorar incha os olhos, deixa o rosto vermelho e intumescido.
Rir irradia energia positiva, atrai os anjos. Chorar irradia energia negativa, afasta os anjos. Risos e Lágrimas. Antagônicos e tão radicalmente diferenciados. Mas...será tão simples assim, ou melhor, tão simplista assim estas definições?
Rir significa alegria, felicidade. Chorar significa tristeza, infelicidade? Nem sempre. Rir pode ser um estado de agitação incontrolável e chorar pode ser uma explosão de felicidade.
Rir é gostoso, faz bem, alegra ambientes. Aquele riso que brota do fundo da alma e se espalha por todo o ser. Há risos e risos. Há o riso alegre, espontâneo, descompromissado, há o riso doce que desperta ternura, o riso sensual provocando desejos, o riso terno consolando, o riso debochado, irônico, que causa uma certa antipatia e mágoas, o riso cruel que fere, o riso provocante que irrita. E assim como há risos e risos, há lágrimas e lágrimas. Há lágrimas provocadas por uma grande dor,
uma grande tristeza. Ah, essas lágrimas doem tanto, doem o corpo, o rosto, queimam os olhos, a boca, apertam a garganta como se fossem nos enforcar, esmagam a alma como se quisessem tirá-la fora de nós. Mas quando explodem causam um grande alívio, é verdade que misturado com um imenso vazio, mas que faz bem porque desativam as tensões. E as lágrimas da angústia? Nos deixam num estado de profunda prostração. Um buraco negro na alma, um abismo sem fim e seco. Vontade de chorar. Ou melhor, de poder chorar, mas cadê lágrimas? Em que recôndidos labirintos
foram se esconder? Às vezes conseguimos chorar e quando isto acontece é muito bom, mas vezes há em que a angústia vem e vai e as lágrimas não aparecem pra nos libertar.
Há também aquelas lágrimas que surgem não se sabe bem nem como, nem porque, simplesmente nos sentimos tristes, diferentes, inquietos, parece que somos pequenos demais para os nossos sentimentos e pensamentos, não cabemos em nós e então nos expandimos em lágrimas.
E quando a felicidade é intensa demais, forte demais, a emoção toma conta do nosso ser e temos a impressão de que estamos nos desmanchando, nos desfazendo e nos fundindo novamente. Quando nos sentimos apenas sentimento, alma, coração, emoção e nossos pensamentos ficam meio desvairados, meio concentrados, sem saberem exatamente que rumo tomar, até se decidirem por integrarem e participarem desse momento de extrema beleza e êxtase profundo, aí então não basta o riso e não basta a lágrima. Um só é pouco. Acontece a suprema explosão que arrebata, que enlouquece e que transforma risos e lágrimas dois lados de uma mesma moeda, onde o Humano e o Divino se unem, fazendo do ser humano
um ser quase(quase?) Divino.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comentários