domingo, 3 de março de 2013

Cidades...Amigas



             
                  Clara está sentada à beira de um lago e enquanto observa os cisnes nadando fica pensando nas recentes viagens que fez em visita a duas grandes amigas em cidades diferentes; uma litorânea, outra serrana. As duas de porte médio e muito bonitas.
                   A serrana é mais próxima e ela costuma ir com frequência, não só a passeio, mas também a serviço. Já à litorânea sempre foi a passeio. Fica pensando:
                     - Engraçado, a serrana embora uma cidade "quase" grande, parece mais uma extensão da minha cidadezinha querida. Tenho mais desenvoltura para andar por suas ruas, seus bairros. A litorânea mexe comigo de uma maneira diferente. Quando chego dá uma ansiedade, vontade de sair andando, de ir embora.
                      Ri triste olhando o balé dos cisnes e continua refletindo:
                      - Por que será? Sei lá...tantas coisas vividas, sentidas, tantas sensações, tantas recordações, boas algumas, doce...doce, outras nem tanto e outras bem amargas. Deve ser por isso.
                     Quando chega sente o impacto como se jogassem  uma pedrinha em suas águas interiores. Só de pensar fica inquieta, levanta e começa andar. A cidade serrana não causa todo esse rebuliço em sua alma. Sente-se adaptada, integrada imediatamente. Volta a sentar, agora em um banco à sombra.
                     A cidade litorânea traz à tona tantas histórias vividas, sofridas, sentidas. Aí dá uma vontade de fugir(como se adiantasse) e esta coisa meio doida faz uma confusão de sentimentos. Ela atrai e retrai...depois conquista. E quando chega a hora de partir e enquanto o ônibus vai passando pelas ruas, pelas casas, pelos campos, dá uma dor danada na alma, um aperto no coração, uma vontade de ficar, uma saudade antecipada. Vontade de voltar antes de ir. É tudo muito confuso e extenuante.
                     A tarde cai, o sol refletido no lago, com os cisnes nadando, parece uma tela pintada por Deus. Parece?! Fica olhando e pensa:
                     - Estou em casa. Minha cidade é minha casa. Visitei minhas amigas, o que é sempre um bálsamo para a vida. Mas acabei pensando nas cidades, tão bonitas e complexas. A serrana com suas ondulações e as serras sensuais  se desdobrando curvilíneas até não se sabe onde. A litorânea com sua planura a perder de vista e o mar...maravilhoso e envolvente mar.
                     Levanta, volta lentamente pra casa, sentindo o aroma das flores, o vento no rosto, a magia do momento. Está mais leve, mais livre. Sorri.

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