sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Entardecer




                  Uma luz dourada desce e se espalha, tocando tudo e todos com seu encantamento. As montanhas encobertas com um véu azulado que lhe cai aos(so)pés e se estende pelos campos, ficam ainda mais lindas e inatingíveis ao receberem o reflexo dessa luz.
                   Os lagos, os poços, os riachos parecem estar coalhados de ouro, ouro líquido ondulando ao leve toque da brisa.
                    As matas escuras, misteriosas, recebem em suas entranhas pequenos raios de luz que as tornam mais misteriosas ainda e quase irreais.
                    Através das janelas, das portas, de qualquer brecha que encontram, os reflexos dourados invadem as casas, penetram nos quartos, formam desenhos nas paredes.
                     Nos vidros das janelas, das portas, nos espelhos, nas nuvens, no horizonte, nas árvores, nas ruas, nas pessoas, esta luz se torna quase insuportável de tão bela.
                      E à medida que anoitece, ela fica mais profunda, o dourado mais forte e os tons lilases, azuis, vermelhos, amarelos, verdes, roxos, se misturam, se espalham, se estendem, se modificam, surgindo novas cores, novos tons, envolvendo tudo num clima intenso de magia e sonho. É um dos momentos mais belos e sublimes da Natureza.
                      Depois de tentar descrever esse momento, cheguei à janela, vi e senti aquele espetáculo se desenrolando à minha frente. Um espetáculo de luz, exuberância, força e manifestação Divina. Descobri, então, que havia fracassado na minha tentativa de descrevê-lo.
                      Minha descrição é de uma palidez esquálida diante da mágica beleza do momento.

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