terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Tarde




          

                 Nesta tarde quente, coberta com este véu comum aos dias de agosto e setembro eu me sinto inquieta, angustiada, nem sei o porquê. Tenho vontade de me libertar não sei de quê, nem de quem, talvez de mim mesma; esta vontade de chorar, de ir além do que posso, além do que é possível me enlouquece. Meus olhos se perdem no horizonte e se meu corpo fica plantado no mesmo lugar, minha alma voa pelo campos, para além do horizonte. Eu sinto uma revolução dentro de mim, não sei se boa ou ruim, mas acho que boa, porque apesar de sofrer com esta intensidade não queria ser diferente. Não sei o que faço de mim nesta tarde morna de setembro, sinto que tenho que fazer alguma coisa, preciso acordar o mundo, despertar as pessoas que me parecem simples marionetes  andando pelas ruas sem saberem para onde vão e o que querem. Talvez não queiram nada. Mas eu quero, quero tanto que chega doer e me deixar tonta de tanto querer. Estes quero-queros cantando, este silêncio, este calor que amolece, tudo isto me atordoa, me alucina, esta saudade não sei de quê nem de quem me deixa maluca, saudade do que não conheço, do que não vi, saudade do que conheço e do que vi. Eu preciso fazer alguma coisa, mas o quê? Eu não sei, eu não sei, eu não sei...sinto um desejo desesperado de alguma coisa que não sei o que é e agora estou sentindo uma onda de ternura me envolver e esta ternura e este desespero se confundem e me confundem e eu sinto vontade de rir e chorar ao mesmo tempo, vontade maluca de voar e fazer alguma coisa grande e maravilhosa, arrebatadora!

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