sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Vida Latente





                             
                   O papel branco, a cabeça vazia, a alma em ebulição e o coração que não sabe o que é razão e o que é emoção.
                   A vida além das aparências, a vida no âmago de cada ser. A vida que não transparece nos olhos, nos gestos, no sorriso ou na lágrima, mas que tenta inutilmente ou, às vezes com algum sucesso, saltar do interior fechado e policiado para a liberdade explosiva dos sentimentos e sensações.
                   E então ela se insinua através dos poros e desliza pelo corpo, espia tímida pelos cantos dos olhos, dando-lhes um novo brilho, força um sorriso, um pouco torto ainda, é verdade, mas um sorriso, ou então escorrega pelos ouvidos até as pontas das orelhas onde, travessa, embala-se ao som do mundo.
                   O papel branco, tanto pra dizer, mas COMO dizer?
                  Como falar da energia latente prestes a explodir, tornar-se energia vibrante, tirando cada um e todos do marasmo embrutecedor? Como falar sobre isso sem tornar-se na opinião(quase) geral, no mínimo esquisita?
                   Mas e tu, ó " grande escritora", por que, ao invés de ficar aí parada, com esse olhar distante, essa caneta entre os dentes, esse papel aí na tua frente, onde escreves um pouco, paras, pensas, escreves novamente, não sais da apatia e vais ao encontro da vida? Por que, hen?! Por quê? Falta coragem? Eu sei. Falar é fácil, agir é difícil. Pode ser difícil, mas não impossível. Acorda!

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